Em momentos de crise econômica e/ou instabilidade, é fundamental para qualquer tipo de empresa estar preparada financeiramente para enfrentar os desafios e minimizar os impactos negativos. Muitas vezes vemos companhias lançando serviços e/ou produtos de extrema qualidade, mas não se preocupando com sua gestão financeira.
No Brasil a taxa de mortalidade de empresas nos primeiros anos de operação é muito alta. Um estudo realizado pela Fundação Dom Cabral, em 2018, mostrou que a taxa de sobrevivência das startups no Brasil é relativamente baixa. De acordo com o estudo, apenas 25% das startups brasileiras conseguem sobreviver por mais de dois anos. Outro levantamento realizado pela Startup Farm, uma das principais aceleradoras de startups do país, em parceria com a PwC, revelou que, em média, as startups brasileiras fecham as portas em torno de dois anos e meio após o início de suas operações.Nesse cenário, a ideia é que haja uma educação e conhecimento de como se estruturar melhor financeiramente para evitar esse resultado.
Pensando em ajudar na organização financeiramente, a Divibank listou algumas medidas que os negócios podem adotar:
1. Análise e planejamento financeiro:
Realizar uma análise detalhada da situação financeira atual da empresa e desenvolver um plano financeiro sólido é o primeiro passo. Isso envolve examinar as finanças da empresa, identificar áreas de vulnerabilidade e estabelecer metas financeiras realistas. O planejamento financeiro deve incluir projeções de fluxo de caixa, orçamentos atualizados e estratégias de redução de custos.
2. Diversificação de fontes de receita:
Ter uma variedade de produtos/serviços com objetivos, vantagens e/ou públicos diferentes ajuda o negócio a não se expor e momentos de dificuldade e mitiga o impacto de possíveis quedas em determinados setores ou mercados.
3. Controle de custos e redução de despesas:
É importante revisar cuidadosamente todas as despesas e identificar oportunidades para reduzi-las. Cada despesa deve ser avaliada em termos de sua contribuição para os resultados/retornos financeiros da empresa. Nossa (minha) dica é tentar renegociar contratos com fornecedores, otimizar processos operacionais para aumentar a eficiência, cortar gastos não essenciais e controlar rigorosamente o fluxo de caixa.
4. Manutenção de reservas financeiras:
É crucial para toda empresa acumular uma quantidade de capital que possa ser utilizada em tempos difíceis. Isso pode ser feito através de uma política de retenção de lucros, estabelecendo um fundo de contingência ou buscando linhas de crédito de emergência. Essas reservas podem ajudar a cobrir despesas operacionais, salários e outras obrigações financeiras durante períodos de queda de receita.
5. Acompanhamento constante do fluxo de caixa:
Durante uma crise, o fluxo de caixa se torna ainda mais crucial. É imprescindível manter um acompanhamento constante das entradas e saídas de dinheiro, avaliando de perto as necessidades de capital e fazendo ajustes conforme necessário. Isso permite identificar qualquer problema financeiro com antecedência e tomar medidas corretivas oportunamente e com agilidade.
6. Busca de suporte financeiro externo:
Em momentos de turbulências, pode ser necessário buscar suporte financeiro externo para ajudar a empresa a atravessar o período difícil. Isso pode incluir a obtenção de empréstimos, linhas de crédito ou a participação em programas de incentivo governamentais. É importante explorar todas as opções disponíveis e entender claramente os termos e as condições associadas a qualquer forma de financiamento externo.
7. Comunicação transparente:
É essencial manter uma comunicação transparente com todas as partes interessadas, incluindo funcionários, clientes, fornecedores e investidores. Isso ajuda a construir confiança e a manter relacionamentos sólidos. Além disso, a comunicação transparente permite que a empresa enfrente a crise de forma colaborativa, buscando apoio e entendimento mútuos.
Em resumo, a preparação financeira em momentos de crise requer uma abordagem estratégica e proativa. É necessário um planejamento cuidadoso, controle de custos, diversificação de receitas e a manutenção de reservas financeiras adequadas. Além disso, buscar suporte externo e manter uma comunicação transparente são medidas adicionais que podem fortalecer a resiliência financeira da empresa.