Em 2020, em meio à pandemia, o uso de softwares que auxiliam as pessoas por comando de voz em tarefas simples aumentou 47%, segundo estudo da empresa Ilumeo. Até 2025, a consultoria Statista prevê que os alto-falantes inteligentes deverão estar presentes em 11% das casas brasileiras — em 2020, eram 3%.
O avanço das assistentes virtuais pega carona na consolidação da Internet das Coisas (IoT) e do 5G, tecnologias que abrem espaço para a conexão irrestrita entre objetos e disponibilização de dados em tempo real com latência muito maior do que no 4G. Logo, são mudanças importantes que impactam a forma como as pessoas se relacionam com a tecnologia, os produtos e os serviços.
Diante desse cenário, uma nova realidade bate à porta: um futuro no qual as buscas passam a ser feitas mais vezes por comando de voz, por meio das assistentes virtuais. Sendo assim, as marcas precisam estar otimizadas para esses aparelhos. Para continuarem relevantes no mercado, as empresas precisarão adaptar estratégias de marketing a esse novo sistema.
O site ClearVoice listou um passo a passo para orientar profissionais de Marketing que querem começar a usar a tecnologia de voz para otimizar conteúdos e impulsionar estratégias de atração de leads. Veja a seguir a recomendação:
Antes de colocar a mão na massa, é recomendável descobrir se os seus consumidores estão de fato interessados no conteúdo por voz. Essa apuração pode ser feita por meio de uma enquete no site ou uma pesquisa para saber como os clientes interagem com essa tecnologia e com que frequência a utilizam.
Caso seja necessário, aprofunde a conversa com grupos focais para entender como eles usam a tecnologia, de que modo ela realmente facilita a vida deles e quais são os pontos que os incomodam. As estratégias de marketing devem se basear nos insights colhidos.
Grandes empresas têm feito um trabalho interessante de criação de conteúdos exclusivos em voz para acompanhar notícias e campanhas de publicidade em texto na internet. Essa ideia pode ser aproveitada pela sua empresa também.
Qualquer formato de comunicação, como boletim de notícias, disparo de newsletter ou post em blog pode conter conteúdo extra direcionado exclusivamente para clientes que têm Amazon Echo, Google Home ou Apple HomePod em casa. É uma forma eficiente de personalizar a comunicação.
O formato de áudio está em alta no Brasil. Segundo a consultoria Statista, o país é o terceiro que mais consome podcasts no mundo, atrás da Suécia e da Irlanda. De acordo com o estudo, apresentado em setembro de 2021, 47% dos brasileiros entrevistados declararam à época ter ouvido ao menos um episódio de podcast nos 12 meses anteriores, uma taxa maior do que a registrada nos Estados Unidos (34%).
Criar um podcast próprio da empresa ou patrocinar edições que façam sentido para a estratégia comercial ajudam a gerar envolvimento significativo com a marca e construir fidelidade. Mas é preciso estar atento para uma série de demandas consequentes dessa decisão, como, por exemplo, o investimento na produção, a construção da base de ouvintes e todos os esforços necessários para consolidar a marca no já concorrido ambiente de podcasts corporativos.
A maioria das empresas ainda não está devidamente estruturada para embarcar na tendência das pesquisas por comandos de voz. Em geral, as páginas não estão aptas a serem encontradas pela leitura automatizada que as assistentes virtuais fazem nos buscadores e não são responsivas nesse novo ambiente. O primeiro passo, portanto, é otimizar os sites para a nova lógica de busca e consumo.
Por exemplo, quando o usuário disser "Ok, Google" e solicitar sugestões de restaurantes próximos a ele, o robô do buscador fará em questão de segundos uma varredura pelos estabelecimentos que se encaixam na solicitação. Isso significa que os endereços devem estar acessíveis para que, por meio do código de endereçamento postal (CEP), ele seja capaz de identificar as melhores opções da região e dar a resposta em áudio. Portanto, manter as informações de localização atualizadas é essencial, assim como pensar na resposta ao usuário que, porventura, quiser fazer uma reserva por meio de um comando de voz.
As pesquisas por voz impactam diretamente as análises de otimização de mecanismos de busca (SEO) porque a forma como as solicitações são feitas, por meio de questões mais diretas, pode gerar resultados diferentes daqueles digitados, podendo ter como resposta explicações mais profundas.
Adaptar a relevância do conteúdo para uma linguagem mais conversacional é uma dica importante, assim como realizar periodicamente a análise de tráfego para ter uma visão mais clara da participação dos comandos de voz nos acessos ao site e fazer ajustes necessários conforme a estratégia desenhada.
Uma vez que os algoritmos do Google estão em constante transformação, é fundamental cuidar da estruturação da página, para que ela cumpra os requisitos e as boas práticas de mercado e possa atingir bom ranqueamento nas buscas por voz. O trabalho de posicionamento dos conteúdos é feito normalmente por profissionais de SEO, que já atuam nas estratégias de textos e vídeos e agora se preparam para esta nova era nas pesquisas online.
Em outras palavras, as empresas que querem se destacar em meio às (infinitas) opções disponíveis devem intensificar o trabalho de gestão de dados, além de pensar em formas criativas de estabelecer contato com os usuários que privilegiarão o áudio como instrumento de comunicação.
Investir nessa direção é ter um marketing pronto para o futuro, fazendo com que os serviços e os produtos das empresas sejam acessados independentemente do aparelho usado.